Cotidiano

Como sua geladeira contribui para o aquecimento global?





Apesar de ser um equipamento essencial para o resfriamento e a conservação de produtos alimentícios, a geladeira é um eletrodoméstico que integra a "lista do mal" da sustentabilidade, configurando como um dos maiores contribuintes para o aquecimento global e, consequentemente, para os desastres naturais. Você sabe de que forma isso ocorre?

Ao lado do plástico e de itens de refrigeração em geral, a geladeira é considerada extremamente poluente, colaborando com cerca de 10% das emissões globais de dióxido de carbono, quantidade aproximadamente três vezes maior do que a produzida pela aviação e navegação juntas. Essa substância, incluída na lista de gases de efeito estufa juntamente com o óxido nitroso e metano, retém o calor e eleva a temperatura média da superfície terrestre, porém se diferencia das demais por permanecer mais tempo na atmosfera.

(Fonte: Climate Institute / Reprodução)

(Fonte: Climate Institute / Reprodução)

Desde o período pré-industrial, a temperatura da Terra já aumentou 1 °C, e projeções indicam que até 2050, caso permaneçam os níveis de emissão, teremos um aquecimento de 1,5 °C a 3 °C, com possibilidades de chegar a números entre 4 °C e 8 °C até o início do século XXII.

Esses indicadores seriam extremamente superiores aos estipulados pelo Acordo de Paris e sugerem um alerta para a continuidade das tragédias globais, como incêndios, furacões, redução das safras de milho e de trigo na Europa, diminuição das áreas cultiváveis na África, secas extremas na China, crise alimentar, derretimento da calota polar e enchentes.

Como os fluidos de refrigeração impactam na atmosfera?

Por conta de permanecerem ligados por tempos indeterminados, os aparelhos refrigeradores consomem uma grande quantidade de energia. Porém, sua propriedade que mais deve chamar a atenção é o potencial de absorção, já que eles conseguem reter instantaneamente o calor do ambiente por meio de produtos químicos normalmente utilizados em espumas de isolamento térmico e como propulsores em latas de spray e aerossol, com casos mais antigos relacionados a clorofluorcarbonetos (CFCs).

Mesmo com determinações do Protocolo de Montreal, de 1987, que estabeleceu o fim da fabricação de equipamentos baseados em produtos poluentes, a indústria de eletrodomésticos logo foi atrás de alternativas e os substituiu por hidrofluorcarbonetos (HFCs) e hidroclorofluorcarbonetos (HCFCs). Essas substâncias, utilizadas para diversos fins, têm a capacidade de aquecer a atmosfera até 13.850 vezes a mais do que o CO2 e contribuem prontamente para o efeito estufa, absorvendo a radiação infravermelha.

As novas discussões sugerem que o aumento do calor global se deu pela maior demanda de equipamentos refrigeradores, em especial na pandemia da covid-19. Porém, cientistas do Greenpeace afirmam os riscos de produzir uma substância que permanece na atmosfera por até 29 anos e reforçam a necessidade urgente e progressiva de eliminá-la.

Fonte: Mega Curioso