Política

PF prende Roberto Jefferson por atuação em milícias digitais





A Polícia Federal (PF) prendeu o ex-deputado Roberto Jefferson (PTB-RJ) nesta sexta-feira (13), na casa dele em Comendador Levi Gasparian, interior do Rio de Janeiro. Ele é acusado de atuar em milícias digitais na promoção de ataque às instituições democráticas e às eleições.

A prisão foi determinada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes. O ministro também determinou busca e apreensão de armas, munições, aparelhos eletrônicos e demais objetos que contribuam com a investigação contra o ex-parlamentar.

Dentre os crimes listados por Moraes para decretar a prisão estão calúnia, difamação, injúria, associação criminosa, denunciação caluniosa, além de descumprimentos passíveis de pena dentro da Lei de Segurança Nacional e do Código Eleitoral. Há suspeita de utilização de dinheiro público do fundo partidário para promover ataques antidemocráticos nas redes sociais. Um dos vídeos com esses ataques contra o Supremo foi veiculado nas redes socais do PTB, partido do qual Jefferson é presidente.

No documento que pede a prisão do ex-parlamenatr, o ministro resgata uma série de postagens e declarações de Roberto Jefferson. Por elas, afirma:

"Esses elementos demonstram uma possível organização criminosa – da qual, em tese, o representado faz parte do núcleo político – , que tem por um de seus fins desestabilizar as instituições republicanas, principalmente aquelas que possam contrapor-se de forma
constitucionalmente prevista a atos ilegais ou inconstitucionais"

Confira a decisão:

A ordem de prisão determinada por Moraes havia sido solicitada pela PF dentro do inquérito que investiga milícias digitais.

Encontrado pelas redes

Inicialmente, a Polícia Federal havia ido atrás do parlamentar na residência dele,  na capital flumense, mas não encontrou o deputado e iniciou uma caçada pelo paradeiro de Jefferson.  Mas não precisou se esforçar muito. Roberto Jefferson postou em uma conta de Twitter replicada pela filha dele, Cristiane Brasil, sobre o mandado de prisão: "vamos ver de onde parte essa calhanice".

Acontece que a postagem foi realizada de um aparelho de celular com a localização ativada.

Levy Gasparian está perto da divisa do Rio de Janeiro com Minas Gerais.

O ministro Alexandre de Moraes determinou o bloqueio desta e de demais contas possivelmente usadas pelo ex-deputado para "a interrupção dos discursos criminosos de ódio".

Aliado do presidente Bolsonaro, Jefferson passou a divulgar nas redes sociais vídeos e postagens com ataques a ministros do Supremo. Em um deles, o ex-parlamentar fez ameaças a não realização de eleições em 2022. As falas de Roberto Jefferson fazem coro à ataques que têm sido proferidos, também, por Bolsonaro e demais aliados.

Fonte: Congresso em Foco