Economia

Dólar sobe a R$ 5,216 com risco fiscal e política instável; Bolsa cai





O dólar fechou o dia em alta de 0,58%, cotado a R$ 5,216 na venda, revertendo a queda de mais de 1% que chegou a ser registrada pela manhã. O desempenho é consequência do persistente risco fiscal no Brasil e do clima político doméstico beligerante, após novos ataques do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) ao Judiciário.

Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores brasileira (B3), também trocou os sinais durante a sessão e terminou a quinta-feira com perdas de 0,14%, aos 121.632,92 pontos. Nem o salto de mais de 9% nas ações ordinárias da Petrobras (PETR3), puxado por um balanço trimestral melhor que o esperado, conseguiram segurar a alta do indicador

Mesmo com a segunda queda consecutiva, o Ibovespa ainda acumula alta de 2,20% em 2021. Já o dólar registra ganhos de 0,52%.

O valor do dólar divulgado diariamente pela imprensa, inclusive o UOL, refere-se ao dólar comercial. Para quem vai viajar e precisa comprar moeda em corretoras de câmbio, o valor é bem mais alto.

Nem Selic ajudou

Depois da reação inicial positiva ao tom mais firme do Copom (Comitê de Política Monetária) do Banco Central, que ontem acelerou o ritmo da alta dos juros básicos da economia (Selic), agora em 5,25% ao ano, o mercado sucumbiu aos receios fiscais no Brasil que vêm dominando as atenções há uma semana.

Notícias sobre um novo Refis (Programa de Recuperação Fiscal) — que permitiria que a perda de receita não precisasse ser compensada — se somaram a um ambiente mais incerto nos últimos dias, em meio a temores de descumprimento do teto de gastos e de pressões por despesas conforme o país caminha para as eleições de 2022.

Em véspera de ano eleitoral, o mercado fica com medo de que governo esteja postergando [o pagamento da] dívida, fica com um pé atrás.Felipe Steiman, da B&T Câmbio, à Reuters

O clima político acirrado piorou a sensação de instabilidade, com Bolsonaro subindo o tom nos ataques ao ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), ao dizer que "a hora dele vai chegar". A declaração é uma resposta à decisão de Moraes de acolher uma notícia-crime do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) e determinar a inclusão do presidente no inquérito das fake news, que investiga o financiamento e a disseminação de notícias falsas.

Fonte: UOL com Reuters