Economia

Dólar cai a R$ 5,165, após fechar julho em forte alta; Bolsa sobe 0,59%





Depois de encerrar julho em alta acumulada de 4,76%, o dólar abriu agosto em queda de 0,86%, cotado a R$ 5,165 na venda. O desempenho reflete as expectativas do mercado pela reunião do Copom (Comitê de Política Monetária), em que deve ser decidido um novo aumento dos juros básicos da economia brasileira (Selic), além da fraqueza da moeda americana no exterior.

Já o Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores brasileira (B3), fechou a segunda-feira em alta de 0,59%, aos 122.515,74 pontos, após terminar o mês anterior em queda acumulada de 3,94%. Na sexta-feira (30), o indicador havia encerrado a sessão com perdas de 3,08%, a maior desde 8 de março (3,98%).

O valor do dólar divulgado diariamente pela imprensa, inclusive o UOL, refere-se ao dólar comercial. Para quem vai viajar e precisa comprar moeda em corretoras de câmbio, o valor é bem mais alto.

Expectativa pela Selic

O Copom se reúne amanhã e na quarta-feira (4) para discutir o futuro dos juros básicos da economia brasileira. No último encontro, o Banco Central indicou que a Selic, hoje em 4,25% ao ano, poderia ser reajustada novamente em 0,75 ponto percentual, mas boa parte dos agentes financeiros aposta em um aumento de 1 ponto.

Caso as projeções se confirmem, essa será a quarta alta consecutiva da taxa Selic e a mais acentuada desde fevereiro de 2003.

"No encontro do Copom, espera-se que o BC acelere o ritmo de alta da Selic e isso está favorecendo [o real]", explicou à Reuters Luciano Rostagno, estrategista-chefe do Mizuho. "O real está apresentando uma performance muito melhor do que outros pares, o que também reflete uma correção depois do desvio forte visto na sexta-feira [30]."

Quando a Selic sobe, os custos dos empréstimos no Brasil também aumentam, o que torna o real mais atrativo para a realização de "carry trade". Essa estratégia consiste na tomada de empréstimos em moeda de país de juro baixo — como os Estados Unidos, por exemplo — e compra de contratos futuros de uma divisa de juro maior (Brasil). O investidor, desta forma, ganha com a diferença entre as taxas.

Exterior favoreceu

No exterior, o dólar apresentou fraqueza generalizada neste início de semana, após o Fed (Feral Reserve, o Banco Central dos EUA) reafirmar que não tem pressa para voltar a endurecer sua política monetária.

Dan Kawa, CIO da TAG Investimentos, disse em blog que o tom regulatório mais ameno da China e a sinalização de uma postura de suporte ao crescimento da segunda maior economia do mundo ajudavam a sustentar os ativos de risco na sessão de hoje, o que também contribuiu para a queda do dólar frente ao real.

Paralelamente, dados promissores da zona do euro estão ajudando a reduzir temores sobre o impacto da variante delta — ainda mais transmissível — do coronavírus na economia global, acrescentou Luciano Rostagno, do Mizuho.

Fonte: UOL com Reuters