Política

Após fala de Fux, Bolsonaro volta a defender eleições ‘limpas e auditáveis’





Assim como em discurso aos manifestantes pró-voto impresso em Brasília, Bolsonaro voltou a atacar o presidente do TSE, ministro Luís Roberto Barroso

Após o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luiz Fux, usar o tradicional discurso de retomada dos julgamentos na Corte nesta segunda-feira (2) para enviar recados ao Palácio do Planalto, o presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido), rebateu as falas de Fux.

Na solenidade que marcava o lançamento do programa "Água nas Escolas", o chefe do Executivo federal voltou a defender eleições limpas e auditáveis por meio do voto impresso.

"Temos que ter eleições limpas e democráticas que possam ser auditadas. Alguém tem dúvidas de que outros países têm interesse no Brasil? Nessa grande fazenda?", afirmou Bolsonaro.

Mais cedo, no discurso de retorno dos trabalhos do Judiciário, Fux afirmou que democracia é o exercício da liberdade com responsabilidade.

“Trago uma advertência. Tratando-se de higidez democrática, não há nada automático, natural ou perpétuo. Ao revés, o regime democrático necessita ser reiteradamente cultivado e reforçado, com civilidade, respeito às instituições e àqueles que se dedicam à causa pública. Ausentes essas deferências constitucionais, as democracias tendem a ruir”, afirmou o ministro.

Assim como em discurso aos manifestantes pró-voto impresso em Brasília, Bolsonaro voltou a atacar o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Luís Roberto Barroso.

De acordo com o chefe do Executivo, Barroso foi ao parlamento e "fez a cabeça" de lideranças partidárias para trocar os integrantes da comissão que analisa a PEC do voto impresso.

"Porque um não quer o voto democrático, nós temos que abaixar a cabeça? Estão com medo de quê? Qual o poder do presidente do TSE?", questionou.

Bolsonaro disse ainda não se importar quem será eleito no próximo ano, desde que a disputa seja justa. Ressaltou, porém, que caso perca, não entrará na Justiça porque o caso será analisado pelas mesmas pessoas que soltaram o ex-presidente Lula (PT) e o tornaram elegível.

Embora tenha dito que caso ele erre, um processo de impeachment não seria necessário porque ele mesmo deixaria o cargo, o chefe do Executivo voltou a afirmar que só Deus o tira da presidência.

"Só Deus me tira daqui. Não errei. Dei o melhor de mim e continuo dando", finalizou.

Fonte: CNN Brasil