Política

Aliados cobram mais mudanças ministeriais de Bolsonaro





Além das trocas anunciadas, auxiliares do presidente aguardavam a recriação dos ministérios do Planejamento e o da Industria e Comércio Exterior

As mudanças ministeriais anunciadas pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido), em especial na Economia, não saciaram aliados do governo na Câmara e no Senado, que esperavam mais. Apesar disso, o Planalto afirma que não haverá outras alterações, pelo menos por enquanto.

Além da saída da área do Trabalho da superpasta da Economia, auxiliares do presidente aguardavam a recriação dos ministérios do Planejamento e o da Industria e Comércio Exterior.

A possibilidade desta troca preocupa economistas e executivos do mercado financeiro, diferentemente da saída da pasta do Trabalho da configuração atual da Economia. A união entre Planejamento e Fazenda foi considerada a mais eficiente do superministério criado por Paulo Guedes.

Separados, os ruídos entre os formuladores da política econômica, lotados na Fazenda, e os executores do orçamento e dos programas de governo, lotados no Planejamento, eram constantes, além de abrir brechas para atender a interesses políticos na liberação de verbas. Entre aliados políticos do presidente, no entanto, a separação é defendida para que arrecadação e investimento de dinheiro não sejam tratados na mesma pasta.

A recriação do antigo MIDIC, da Indústria e Comércio, também acende um alerta pelo receio de uma pressão mais forte dos setores da economia que ganham força para influenciar políticas de incentivo com alto custo fiscal. Muitas vezes, com pautas contrárias ao interesse da gestão econômica.

Outro ponto de insatisfação é com a secretaria de governo, hoje ocupada pela ministra Flávia Arruda (PL-DF). O ministério é encarregado pela articulação política, assim como a Casa Civil, para onde Bolsonaro quer levar Ciro Nogueira. Há cobranças por um ministro que, na pasta hoje ocupada por Flávia, atue mais ativamente na CPI da Pandemia.

Fonte: CNN Brasil