Estudantes e professores da Universidade Federal do Amapá (UNIFAP) estão mobilizados para impedir o fechamento de 3 dos 8 cursos no Campus Binacional do Oiapoque. Eles se reuniram na quarta, 21, com o deputado federal Camilo Capiberibe (PSB/AP), para pedir apoio. Segundo eles, as coordenadorias dos cursos de Direito, Enfermagem e História solicitaram que não sejam abertas novas turmas. A informação foi confirmada pelo diretor Francisco Otávio Landim Neto, segundo quem o requerimento está sendo analisado pela reitoria da UNIFAP, que ainda não se manifestou oficialmente. Os alunos também reclamam que não há atividades de pesquisa e de extensão.
“A suspensão de novas turmas é um passo para fechar esses cursos e extinguir o Campus Binacional. Não vamos aceitar, por que a Universidade tem um papel social importante para o desenvolvimento daquela comunidade na fronteira e do Amapá como um todo”, afirmou o deputado Camilo na reunião.
*Providências* – Capiberibe comprometeu-se de mobilizar a bancada federal com a qual enviará ofícios ao reitor da UNIFAP Júlio Sá e ao Ministério Público Federal pedindo um posicionamento oficial da Universidade quanto à extinção dos cursos pedida pelas coordenadorias; para que sejam adotados no Campus Binacional os mesmos procedimentos do Campus Marco Zero (Macapá) visando aumentar as notas do processo de avaliação do Ministério da Educação (MEC); e a mediação do MPF para o diálogo na busca de solução.
Investimentos – O diretor do Campus Binacional lembrou que a estrutura física da unidade foi construída com recursos de emendas parlamentares da ex-deputada Janete, do ex-senador João Capiberibe, do senador Randolfe Rodrigues e do deputado Camilo Capiberibe. Neste ano, receberá mais recursos de emendas de Randolfe, Camilo e da Bancada Federal, conforme compromisso firmado com a reitoria para que não sejam transferidos os cursos de Direito e de Enfermagem, já que a Universidade alegava “falta de infraestrutura” para fechar as duas faculdades naquele campus. Faltam, no entanto, segundo ele, investimentos do MEC e uma política para fixação dos servidores no Oiapoque.
*Avaliação* – Os defensores da manutenção dos cursos consideram que a infraestrutura é importante mas não determinante para os resultados obtidos na avaliação feita pelo MEC, que engloba as dimensões pedagógica e administrativa, além da infraestrutura. Um dos exemplos é o Curso de Curso de Licenciatura Intercultural Indígena, que recebeu nota 3, na primeira avaliação, em 2011, quando o Campus Binacional ainda nem existia. Em 2019 o Curso foi avaliado com nota 4 e este ano prevê ofertar 80 vagas.
A acadêmica Kássia Galibi, que cursa a 2ª graduação, reforçou a importância do campus para a comunidade do Oiapoque e da fronteira. “Hoje temos enfermeiros indígenas formados aqui, temos advogados, professores. Esses cursos têm mudado a perspectiva de vida do povo do Oiapoque”.
Sizan Luis Esberci
Gabinete do deputado federal Camilo Capiberibe – PSB/AP