Política

Macron e outros chefes de Estado estão em lista de espionagem do Pegasus





Diplomatas, militares, chefes de Estado e de governo de 34 países estão na lista de pessoas possivelmente espionadas pela plataforma spyware Pegasus, desenvolvida pela empresa de vigilância israelense NSO Group. A informação foi divulgada nesta 3ª feira (20.jul.2021), pelo The GuardianÉ baseada em uma investigação de 17 organizações de mídia feita a partir de documentos vazados.

Dentre os nomes que aparecem na lista está o do presidente da França, Emmanuel Macron, e o da África do Sul, Cyril Ramaphosa, além do primeiro-ministro paquistanês Imran Khan. A indicação dos líderes na lista não significa que eles foram espionados. Segundo a empresa, tratam-se de nomes selecionados por clientes da NSO.

De acordo com o Guardian, mesmo que não tenham sido espionados, a lista mostra personalidades identificadas como pessoas de interesse por clientes governamentais da empresa israelense. Alguns indivíduos citados foram, de fato, alvos de vigilância.

A publicação informa, por exemplo, que Macron foi incluído na lista como pessoa de interesse pelo Marrocos em 2019. O país também teria adicionado o diretor-geral da OMS (Organização Mundial de Saúde), Tedros Adhanom Ghebreyesus, no mesmo ano.

Outras figuras públicas que aparecem são:

  • Saad Hariri, que renunciou ao cargo de primeiro-ministro do Líbano na última semana;
  • Charles Michel, o presidente do Conselho Europeu;
  • Rei Mohammed VI de Marrocos;
  • Saadeddine Othmani, o primeiro-ministro do Marrocos;
  • Imran Khan, o primeiro-ministro do Paquistão;
  • Felipe Calderón, o ex-presidente do México;
  • Robert Malley, diplomata americano que atuou na negociação do acordo EUA-Irã.

plataforma estaria sendo usada para espionar também jornalistas, políticos, advogados e ativistas de direitos humanos. Originalmente, foi desenvolvida para monitorar criminosos. Quando ativado, o Pegasus infecta dispositivos iOS e Android como um vírus. O objetivo é extrair mensagens, fotos e emails das vítimas, assim como gravar chamadas e ativar microfones secretamente. Entenda o que se sabe sobre spyware Pegasus.

Os nomes de centenas de civis supostamente monitorados com o aplicativo teria sido vazado em uma lista de mais de 50.000 números de telefone. Todos estariam “no radar” de possíveis clientes do NSO desde 2016.

A presença na lista não comprova que os números foram de fato espionados, mas indica potencial alvo. Em análise forense conduzida pelo Laboratório de Segurança da Anistia Internacional, 37 de 67 dos contatos listados demonstraram rastros da passagem do Pegasus.

Fonte: Poder360