Política

Análise de parecer da PEC do voto impresso fica para depois do recesso





O presidente da comissão especial que discute a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) do voto impresso, deputado Paulo Eduardo Martins (PSC-PR), suspendeu a reunião e adiou a votação do relatório ao texto, mesmo com a derrota de um requerimento que determinava a manutenção da pauta. A manobra é positiva para os governistas que tentavam adiar a análise com receio de serem derrotados. O argumento do presidente foi de que seria dado mais tempo para o relator, deputado Filipe Barros (PSL-PR), apresentar nova redação à PEC.

A sessão, bastante truncada, foi marcada por problemas de tecnologia e pelas seguidas sobreposições de falas dos parlamentares. Em uma votação preliminar deputados rejeitaram o requerimento, por 22 votos a 11, a retirada de pauta da PEC.

Filipe Barros chegou a iniciar uma fala pedindo o adiamento de prazo. Como o relator falava de maneira virtual, deputados da oposição, presentes presencialmente à comissão, ligaram seus microfones e passaram a obstruir sua fala. Falando simultaneamente, Orlando Silva (PCdoB-SP) chamou a ação de "chicana", crítica feita também pela deputada Fernanda Melchionna(PSOL-RS).

Mesmo após o presidente dar a sessão por encerrada, parlamentares buscavam retomar a sessão, por considerar que a manobra do presidente teria sido ilegal.

Autora da proposta, a deputada Bia Kicis (PSL-DF) criticou a "dança das cadeiras" na comissão especial - segundo a parlamentar, motivada por pressão de outros poderes. A deputada ainda ressaltou que, independente da discussão de hoje, a proposta deverá ir para Plenário, mesmo com parecer contrário. "Vocês podem ser contra, mas a maioria dos seus colega e meus colega são favoráveis à transparência."

A expectativa era de que a PEC seja rejeitada. Tal movimento foi fortalecido principalmente após onze partidos fecharem posição em defesa do atual sistema de votação. Além disso, o texto tem sido duramente criticado por juristas, ex-procuradores-gerais eleitorais e organizações da sociedade civil.

Fonte: Congresso em Foco