Política

Bolsonaro nega prevaricação: Se aplica a servidor público, não a mim





Presidente diz, ainda, que tomou providências quando recebeu denúncia do deputado Luis Miranda sobre irregularidade na importação da vacina indiana Covaxin. "Falei com o Pazuello. Passei pra frente os papéis que ele (Luis Miranda) deixou lá", afirmou

O presidente Jair Bolsonaro negou nesta segunda-feira (12/7) que tenha cometido crime de prevaricação. Segundo o mandatário, a medida só pode ser aplicada a funcionários públicos. O chefe do Executivo relatou ainda ter encaminhado para o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, que não encontrou indícios de irregularidade.

"Entendo que prevaricação se aplica a servidor público, não a mim. Mas eu tomei providência. Falei com o Pazuello. Passei pra frente os papéis que ele (Luis Miranda) deixou lá."

O mandatário, no entanto, se recusou a confirmar se mencionou o líder do governo na Câmara, Ricardo Barros (PP-PR), como suposto envolvido nas negociações da Covaxin, conforme depoimentos na CPI.

A Polícia Federal abriu inquérito para apurar se Bolsonaro prevaricou no caso das suspeitas de irregularidades envolvendo a compra da vacina indiana Covaxin, do laboratório Bharat Biotech, representado no Brasil pela empresa Precisa Medicamentos. A empresa é alvo da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid-19, no Senado, que investiga a negociação da Covaxin.

A investigação tem início após depoimento do deputado federal Luis Claudio Miranda (DEM-DF) e seu irmão, o servidor do Ministério da Saúde Luis Ricardo Miranda, à CPI. Este último, chefe do Departamento de Importação do ministério, suspeitou de irregularidades envolvendo a negociação do imunizante, relatando ter sofrido "pressões atípicas" para acelerar a importação da Covaxin, apesar de erros na invoice (nota fiscal internacional).

Os dois, então, disseram ter levado as suspeitas ao presidente. Segundo o deputado, Bolsonaro prometeu levar as informações à PF, e teria dito, ainda, que a situação parecia ser "rolo" do líder do governo na Câmara, deputado Ricardo Barros (PP-PR).

Fonte: Correio Braziliense