Cotidiano

Chefe da organização das Olimpíadas diz que banir público é triste, mas saúde é prioridade





Seiko Hashimoto afirmou que festival de surfe está cancelado e que voluntários devem ser remanejados

No dia seguinte ao anúncio de que a maioria das instalações das Olimpíadas de Tóquio ficarão sem público, a presidente do comitê organizador do evento, Seiko Hashimoto, afirmou que a prioridade máxima é evitar surtos ligados à competição. 

- São decisões muito tristes. Entendemos que havia pessoas muito empolgadas com a possibilidade de assistir aos Jogos Olímpicos, mas era necessário tomar medidas duras - afirmou. 

Hashimoto disse que, com a ausência de público nas arenas, pode ser que voluntários sejam remanejados ou até mesmo dispensas. Entretanto, o tema ainda está sendo discutido e não há decisão. 

- Entendemos que eles passaram por treinamentos e estão preparados, mas a prioridade é manter todos seguros. A preparação tinha de ser feita presumindo que os espectadores viriam, não havia como agir de maneira diferente. A decisão foi tomada ontem e não houve tempo para avaliar. Temos muitos desafios pela frente - comentou. 

Indagada sobre uma declaração do tenista australiano Nick Kyrgios, que afirmou não ter intenção de jogar as Olimpíadas sem público, Hashimoto usou-se como exemplo - ela foi atleta. 

- Atletas têm sentimentos distintos e eu gostaria que tivéssemos muitos espectadores para vê-lo. Mas eu espero que os atletas consigam competir em alto nível mesmo sem público. Eles terão a chance de construir seus próprios legados. Queremos fazer de Tóquio 2020 Jogos memoráveis, é isso que eu gostaria que todos percebessem - disse. 

As disputas do surfe não terão público, e um festival programado para ocorrer na sede da modalidade, em Chiba, também foi cancelado. Um programa voltado para crianças também foi desmarcado. 

Na quinta-feira, o governo de Tóquio anunciou que a região da capital japonesa entrará em novo estado de emergência a partir da próxima segunda-feira. O período de restrições vai até o dia 22 de agosto. 

A decisão de fechar os portões ao público também se estende para cidades da Grande Tóquio (Kanagawa, Chiba e Saitama). Em arenas fora da região metropolitana, como Fukushima, Miyagi e Shizuoka, que não estarão sob estado de emergência, será mantida a restrição de público a 50% da capacidade dos estádios, com o limite de 10 mil torcedores residentes no Japão. Estrangeiros foram barrados desde março por causa da pandemia do coronavírus. 

Em caso de diminuição dos casos em Tóquio, os organizadores poderão rever as restrições. Ainda há a possibilidade de os Jogos Paralímpicos, que terão início no dia 24 de agosto, serem abertos a um pequeno número de torcedores. A decisão será tomada no dia 16 de julho.

Fonte: Globo Esporte