Economia

Vacinas e certificados de imunização são vendidos em troca de bitcoin, diz jornal





A empresa de análises de blockchain Coinfirm divulgou o relatório da investigação sobre fraudes na venda de certificados de vacina na darkweb em troca de criptomoedas como bitcoin e ethereum. O documento obtido pelo Estadão neste sábado (3.jul.2021) destaca que a maior parte dos compradores reside no leste europeu.

Além dos certificados, que indicam um possível sistema de corrupção do setor de saúde, o relatório encontrou que a suposta loja vendia doses das vacinas AstraZeneca, Pfizer-BionTech, Johnson & Johnson, Moderna e Sputnik V. Para a Coinfirm, o que caracteriza o crime é a ausência de KYC (identificação de usuário) nos serviços de blockchain.

O relatório também mostra que um dos endereços de blockchain relacionados a fornecedores registrou a entrada de US$ 40,8 mil dólares em bitcoin em menos de um ano, uma das maiores receitas entre os endereços ilícitos analisados.

A plataforma divulgou parte do texto publicado pelos vendedores, que instruía compradores a enviar informações pessoais. Só assim o chamado “Covid-19 Vaccine Shop” colocaria o número do lote da suposta vacina no perfil do usuário na plataforma da autoridade sanitária do determinado país.

Você pode optar por colocar o seu nome e data de aniversário no cartão de vacinação impresso ou posso colocá-los para que a caligrafia não seja diferente da que vai estar no sistema. No banco de dados, a única coisa que aparece são os números dos lotes. Seu nome não aparecerá no sistema porque não é necessário para obter a vacina”, diz o perfil da suposta loja, de acordo com o relatório obtido pelo Estadão.

Além dos certificados falsos mascarados como prova de vacinação, os dados que estavam sendo inseridos em sistemas nacionais de saúde continham, em certos casos, assinaturas de médicos. Segundo o relatório, o shopping de vacinas pertence a um grupo de 145 endereços que aceitam pagamentos de fornecedores com cartão de crédito roubado ou clonado, traficantes de drogas e golpes, especificamente “duplicadores” de bitcoins.

Fonte: Poder360