Política

CPI da Covid: Wizard nega participar de gabinete paralelo





O empresário Carlos Wizard negou, no discurso inicial na CPI da Covid, ter participado do gabinete paralelo, como é chamado um setor que teria prestado aconselhamento ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido) durante a pandemia do novo coronavírus. Na sequência, ele avisou que não responderia as perguntas dos senadores.

O "gabinete paralelo" é, até o momento, prioridade entre as linhas de investigação em curso na comissão. Na avaliação da cúpula da CPI, esse grupo, sem vínculo formal com o Ministério da Saúde, influenciou a tomada de decisões do Palácio do Planalto na condução da pandemia, como incentivo à cloroquina e a defesa da tese de imunização de rebanho — na contramão do que dizem estudos científicos e autoridades da saúde.

Inicialmente, o depoimento de Wizard foi agendado para o dia 17 de junho, mas ele afirmou que estava nos Estados Unidos e não compareceu. Em razão da ausência, o presidente da CPI, Omar Aziz (PSD-AM), solicitou a retenção do passaporte do empresário bilionário. Wizard entregou o documento à Polícia Federal ao chegar ao Brasil e nos últimos dias vinha mantendo conversas reservadas com os parlamentares para acertar a data da audiência.

Como é Wizard obrigado a prestar depoimento, o ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Luis Roberto Barroso chegou a autorizar, a pedido da CPI, a condução coercitiva do empresário. A decisão, no entanto, foi revogada.

Nas redes sociais, Wizard se justificou e afirmou que estava desde março em Utah (EUA) visitando os pais. Depois, dirigiu-se à Flórida, para acompanhar a filha grávida. "Agradeço à manifestação de apoio e carinho dos amigos. Estou com a consciência em paz", publicou.

Fonte: UOL