Cotidiano

Centro de Atendimento ao Surdo não está funcionando por falta de infraestrutura e profissionais





 

Atualmente, o CAS funciona em um prédio alugado pela Secretaria de Estado da Educação (SEED), ao custo anual de R$250.000,00. “O local é insalubre, sujo, sem garagem, não tem internet. Falta ainda material didático e não há segurança, tanto que o prédio já foi assaltado”, relatou Fábia Nilce, promotora de Justiça.

Redação

Em inspeção, a Promotoria de Defesa dos Direitos Constitucionais (PJDC) do Ministério Público do Amapá (MP-AP) constatou que o Centro de Atendimento ao Surdo (CAS) sofre com falta de infraestrutura e de profissionais, incluindo intérprete em Língua Brasileira de Sinais (Libras). A ação do MP-AP foi realizada após denúncia.

O CAS foi inaugurado em 2006. Ele tem o propósito de fornecer formação continuada aos educadores que possuem alunos surdos e com deficiência auditiva, orientando sobre o uso dos materiais didáticos acessíveis, bem como cursos de Libras.

Para seu pleno funcionamento, o espaço deve contar com uma uma equipe multidisciplinar composta por assistente social, psicólogo, fonoaudiólogo e fisioterapia. Os profissionais serão capazes de fornecer avaliação diagnosticada de alunos surdos, bem como suporte em instituições públicas, por meio da Central de Libras.

Atualmente, o CAS funciona em um prédio alugado pela Secretaria de Estado da Educação (SEED), ao custo anual de R$250.000,00. No mesmo local também foi instalado o Centro de Atividades de Altas Habilidades e Superdotação.

“Não tem central de ar nas salas e é impossível trabalhar com esse calor. As questões de acessibilidade são pouco respeitadas, com apenas um banheiro adaptado; o local é insalubre, sujo, sem garagem, não tem internet e nas paredes de gesso não se pode colocar um único quadro ou cartaz. Falta ainda material didático e não há segurança, tanto que o prédio já foi assaltado, porque não existe qualquer controle na entrada”, relatou Fábia Nilce, promotora de Justiça.

Outra questão observada foi a ausência de intérprete na Central de Libras, o que inviabiliza a assistência aos que buscam esse serviço de apoio. Dentre outras atividades, o intérprete deve auxiliar pessoas surdas ou seus familiares, acompanhando-os em atividades externas.

Na semana passada, o MP-AP reuniu com dirigentes da SEED e do CAS, a fim de encontrar uma solução administrativa que agilize os reparos e adequações necessários ao funcionamento efetivo do Centro. A secretária adjunta de Gestão de Pessoa da SEDD, Neirian Quadros, disse que no prazo de 20 dias as atividades no Centro serão retomadas.