Política

Candidato ao governo, Davi aciona PF após esposa ser perseguida





Ações suspeitas contra a sua esposa e assessores, com o uso de carros da Secretaria de Segurança Pública do Estado e do Delegacia Geral de Polícia, foram denunciadas a Eunício Oliveira, presidente do Senado, e Raul Jungmann, ministro da Segurança Pública. Candidato solicita proteção.

Redação

Nesta sexta-feira, 5, o senador Davi Alcolumbre (DEM), candidato ao cargo de Governador do Estado do Amapá, solicitou à Polícia Federal e à Secretaria de Segurança Pública (Sejusp) segurança para sua família. Ele afirma estar sendo vítima de “perseguição” e “coação” pelo atual governador e candidato à reeleição, Waldez Góes (PDT).

“Na madrugada desta sexta-feira (5), presenciamos um ato perigoso de intimidação contra a minha mulher. Um veículo a fechou e um policial saiu em direção a mesma, apontando uma arma. Logo depois, minha casa ficou cercada de viaturas da Policia Civil. Mais tarde, dois assessores tiveram também uma abordagem suspeita de um delegado. Não podemos deixar que fatos como este aconteçam, a velha politica voltando a perseguir de forma covarde aqueles que querem concorrer legitimamente as eleições, de forma limpa e honesta. Medidas serão tomadas”, afirma Davi Alcolumbre em uma publicação na sua página oficial no Facebook.

A coligação da qual Davi faz parte se posicionou. Em nota, ela diz que “a ação de membros da Polícia Civil do Amapá foi um ato de agressão arbitrária, direcionado para desequilibrar o pleito eleitoral e inadmissível no estado democrático de Direito”.

A Polícia Civil, por sua vez, afirma que a ação foi realizada com o conhecimento e o apoio da Polícia Federal, mas não tinha como foco o referido candidato e seus familiares.

“A Secretaria de Estado da Justiça e Segurança Pública, órgão coordenador das forças de segurança convocadas para auxiliar no pleito eleitoral, repudia qualquer movimento de politização visando desqualificar ou enfraquecer as prerrogativas dos agentes públicos investidos legitimamente em suas funções e estando no exercício de suas atividades”, diz trecho de sua nota.

Entenda o caso

A advogada Liana Andrade, esposa do candidato, afirma que foi seguida por um carro por volta das 21h. Mesmo após conseguir despistá-lo, voltou a notar a presença do veículo perto de sua casa. Ela, então, resolver indagar o motorista sobre a atitude suspeita.

“Um homem de preto desceu armado do carro e uma mulher de preto também desceu. Ele disse que estavam namorando, e perguntou se eu estava sozinha. Olhou o meu carro e perguntei porque ele estava armado. Respondeu que se eu quisesse poderia registrar queixa na delegacia”, comentou Liana Andrade ao Portal Seles Nafes.

“Depois fomos olhar nas câmeras de segurança da nossa casa e vimos que esse mesmo carro já estava aqui na frente de casa desde as 20h”, acrescentou. Ela tentou, ainda, registrar queixa na Polícia Federal, mas não havia delegado de plantão no prédio da superintendência. Apenas um boletim de ocorrência foi registrado.

Ela anotou a placa do carro envolvido. Ele pertence ao patrimônio da Secretaria de Segurança Pública do Estado. Na mesma noite, dois assessores que saíram da casa de Davi foram abordados por policiais armados.

Eles fizeram revista pessoal e veicular, com as armas apontadas aos assessores. Nada foi encontrado. O veículo descaracterizado utilizado na ação também consta no sistema como posse da Delegacia Geral de Polícia. Além dele, havia uma viatura oficial da Polícia Civil.

Por segurança,o candidato ao governo pelo DEM ligou para o secretário de Segurança Pública, Carlos Souza, relatando os fatos. O secretário ofereceu uma viatura da PM para fazer a segurança, o que não aconteceu.

O senador Randolfe Rodrigues e o prefeito de Macapá, Clécio Luís, acionaram Eunício Oliveira, presidente do Senado, e Raul Jungmann, ministro da Segurança Pública, para pedir proteção ao seu candidato ao governo. “Estava em curso uma armação para tentar interferir no resultado das eleições”, afirmou Clécio.

“Expliquei ao senador que as polícias (Técnica, Civil e Militar) têm autonomia, e não sei dizer agora o que levou o delegado a fazer a abordagem, mas existem várias operações em andamento. (…) O delegado explicará o que o levou a fazer a abordagem”, disse o secretário de Segurança Pública ao Portal.

“Estamos mais preocupados com o que aconteceu com a esposa dele, e não podemos afirmar se está vinculado ao delegado. Entendo a preocupação dele (Davi), e isso é pertinente porque a abala qualquer um. A família terá todo o nosso apoio”, concluiu. 

Confira as notas emitidas pela Coligação “Trabalho e União pelo Amapá” e pela Polícia Civil: