Política

Na CPI, Flávio Bolsonaro acusa Calheiros de perseguir amigos e advogados





O senador Flávio Bolsonaro (Patriota-RJ) disse durante sessão da CPI da Covid, que o relator da CPI, Renan Calheiros (MDB-AL), estaria promovendo uma quebra de sigilo indiscriminada, contra pessoas que inclusive seriam próximas do próprio senador fluminense. A fala ocorre no mesmo dia em que o filho "zero-um" do presidente foi acusado de intervir em prol dos empresários da Precisa Medicamentos junto ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

Flávio acusou Calheiros - com quem tem conflitos desde o primeiro depoimento da CPI - de persegui-lo com seus poderes de relatoria. "O senador Renan Calheiros, acredito eu que sozinho - pois parece que ele quem manda na CPI - quebrou o sigilo fiscal do senhor Willer Tomaz, que nunca foi ouvido aí, e acabou de ser dito pelo depoente que jamais ouviu falar nele, assim como o do senhor Frederick Wassef", disse o senador, se referindo aos dois advogados que o representam.

"Ele está quebrando [o sigilo] de todo mundo que ele acredite que transite em torno de mim. Ele está usando a CPI, fazendo uma coisa famosa e abominada no meio jurídico, a fishing expedition". A expressão, no meio jurídico, refere-se à estratégia de se valer do máximo possível d procedimentos disponíveis para encontrar algo capaz de sustentar uma acusação.

Mais cedo, a revista Veja revelou que Flávio atuou em prol da Precisa Medicamentos, responsável pela importação da vacina Covaxin, junto ao BNDES. A reportagem aponta que o senador participou por videoconferência de uma reunião, entre o presidente do banco de fomento, Gustavo Montezano, e a empresa, ocorrida em 13 de outubro.

A reunião envolveria a empresa XIS internet de fibra ótica - mas o CEO indicado na agenda, Danilo Fiorini, é ligado a Francisco Maximiano, CEO da Precisa Medicamentos. A importação de vacinas pela Precisa é investigada por suposto superfaturamento e pressão para sua conclusão.

Em resposta, o senador Flávio Bolsonaro confirmou que participou da reunião, mas negou que tivesse como foco a importação de vacinas. "O que eu fiz, sim, foi pedir ao presidente do BNDES que ouvisse uma boa ideia que foi trazida pelo sr. Maximiano para que BNDES pudesse entender e quem sabe dar suporte para levar internet ao Norte e Nordeste do país", buscou justificar o filho "zero-um" do presidente.

Flávio acusou o vice-presidente da CPI da Covid, Randolfe Rodrigues (REDE-AP) de ter feito reunião com a empresa, em cinco de abril deste ano - mas disse que não poderia acusá-lo de participar de nenhum esquema. A CPI hoje foca os esforços neste tema, com os depoimentos de Luis Miranda e seu irmão, Luis Ricardo Miranda. A mesma mensagem foi repetida durante sessão da pandemia.

 

Fonte: Congresso em Foco