“Ressalto a importância da realização de um esforço conjunto para que seja feita a fiscalização das batedeiras de açaí no município, principalmente diante das recentes notícias do aumento da doença de chagas”, disse João Paulo Furlan, promotor de Justiça.
Redação
Segundo a Associação dos Batedores de Açaí, em 2016, cerca de 676 batedeiras foram registradas em Santana. Em 2018, porém, apenas 31 estão legalizadas, mas não fazem o processo de “branqueamento” (choque térmico), necessário para matar o inseto transmissor da doença.
Na semana passada, o Ministério Público do Amapá (MP-AP) sugeriu a criação de uma frente de prevenção e combate aos procedimentos inadequados no tratamento do fruto, para evitar a ocorrência de novos casos da doença de chagas em Santana, segundo maior município do Estado do Amapá.
A sugestão ocorreu durante uma reunião entre os representantes da Associação dos Batedores de Açaí e de instituições públicas, como a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), Laboratório Central do Estado (Lacen/SVS), Vigilância Sanitária Estadual e Municipal, Sebrae-AP, Secretaria Municipal de Saúde e Instituto Pesquisas Científicas e Tecnológicas do Estado do Amapá (IEPA).
Para Flávio de Paula, técnico da Agência de Defesa e Inspeção Agropecuária do Estado do Amapá (Diagro), a legislação precisa ser revista porque trata apenas dos padrões sanitários e não dos procedimentos, e que é quase impossível fiscalizar todas. “Ressalto a importância da realização de um esforço conjunto para que seja feita a fiscalização das batedeiras de açaí no município, principalmente diante das recentes notícias do aumento da doença de chagas”, disse João Paulo Furlan, promotor de Justiça.
Como encaminhamento, ficou decidido a criação de três frentes. A primeira, denominada Frente Educativa, para trabalho de prevenção por meio de material impresso. A segunda, Frente Repressiva, para que os agentes comunitários de endemias façam um trabalho educativo, ao mesmo tempo, devem fazer a orientação para a fiscalização dos procedimentos necessários com estabelecimento de prazos para regularização e adoção das medidas de higienização do produto.
A Frente de Conscientização, terceira e última, funcionará com orientação aos consumidores para que adquira o produto apenas nas batedeiras que adotem as metodologias adequadas.
Ao final da reunião, ficou acertado pelos participantes a capacitação inicial dos agentes que trabalharão nas frentes sugeridas e aprovadas, que será realizada nos dias 25 e 26 de outubro, no auditório da Promotoria de Santana. Definiu-se, ainda, as atribuições de cada instituição nas demais etapas previstas para prevenção e fiscalização dos estabelecimentos comerciais.