Cotidiano

MP oferta denúncia contra Júnior Favacho e Charles Marques por desvio de R$ 8 milhões da Alap





 

A ação é um desdobramento da Operação “Acrópole”, que iniciou em 2012 e segue em busca de mais provas sobre o desvio de dinheiro da Alap que, hoje em dia, já ultrapassa R$ 18 milhões. Além dos deputados, outras 13 pessoas são investigadas.

Redação

O Ministério Público (MP) do Estado ofertou denúncia à Justiça do Amapá contra os deputados Júnior Favacho, Charles Marques, além de outras 13 pessoas, entre servidores da Assembleia Legislativa (Alap), empresários e agiotas. A ação é um desdobramento da operação “Acrópole”, realizada em 2016, que investiga o desvio de mais de R$ 8,6 milhões de recurso público da Casa de Leis entre os anos 2012 e 2014.

A Operação Acrópole busca provas de desvios de recursos da Assembleia Legislativa; a investigação vem sendo realizada em conjunto pelo Ministério Público, Polícia Federal e Polícia Civil desde o seu início. A operação, segundo as primeiras informações, busca documentação para embasar abertura de processo sobre grandes desvios de dinheiro da Alap.

Hoje em dia, o valor supostamente desviado ultrapassa R$ 18 milhões.

De acordo com as investigações do MP, que solicitou a quebra do sigilo bancário dos suspeitos e da Alap, no período de 28 de novembro de 2012 a 28 de agosto de 2014 foi constatada a emissão de 124 cheques, muitos deles assinados pelos dois parlamentares e repassados a uma empresa de construção civil sem que houvesse licitação.

No período referente à investigação, Júnior Favacho era presidente do Legislativo e Charles Marques o 1º secretário da Mesa Diretora. O MP também constatou que não houve serviço prestado pela empresa e que não existe nenhum processo formal que justifique o repasse do dinheiro.

O promotor Afonso Guimarães, do Grupo de Atuação Especial no Combate ao Crime Organizado (GAECO) do MP-AP, solicita que os envolvidos respondam pelos crimes de fraude em licitação, peculato, lavagem de dinheiro e formação de quadrilha.

Ainda de acordo com o promotor, a participação do deputado Charles Marques teria iniciado em 2012 até junho de 2013. Na época, o deputado exercia a função de 1º secretário da mesa e assinava os cheques junto com Júnior Favacho, informou Guimarães.

Em relação aos demais denunciados, o MP afirma que os servidores fizeram parte do processo de desvio encobrindo o crime ou até diretamente. Os agiotas e a empresa construtora teriam sido utilizadas para fazer a lavagem do dinheiro e outras pessoas serviram de “laranjas”, cedendo as contas bancárias para o depósito do dinheiro, de forma a possibilitar o saque.

Afonso Guimarães ainda reforça que, na denúncia, o MP detalhou toda a aplicação do dinheiro.

“Foi apurado que houve muito saque em valores em espécie, aquisição de bens, toda a forma de aplicação irregular, compra de caminhões, de equipamentos, para empresas dos parlamentares. O dinheiro foi usado das mais diversas formas”, conclui o promotor.