Política

Barroso é sorteado relator de ação de Bolsonaro contra medidas de estados





Ação assinada pelo presidente e pelo advogado-geral André Mendonça afirma que governadores de PR, PE e RN se excederam em medidas de restrição

O ministro Luís Roberto Barroso foi sorteado o relator no Supremo Tribunal Federal (STF) da ação apresentada pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido)contra a possibilidade de estados decretarem medidas de "lockdown" ou "toque de recolher", contestando especificamente decretos de Paraná, Pernambuco e Rio Grande do Norte.

Na ação, Bolsonaro e o advogado-geral da União, André Mendonça, pedem a declaração da inconstitucionalidade de medidas do tipo, bem como a imediata suspensão dos decretos atualmente em vigor.

Em março deste ano, o presidente já tinha ingressado com uma ação no tribunal para derrubar decretos de dois estados e do Distrito Federal. Esses decretos instituíram medidas de isolamento social para conter a pandemia de Covid-19. Mas o pedido foi rejeitado por decisão individual do decano (mais antigo ministro) do STF, Marco Aurélio Mello.

Ação

Formalmente, trata-se de uma Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) apresentada pela Advocacia-Geral da União (AGU), entidade que representa juridicamente o presidente e servidores federais.

A ação é assinada pelo presidente Jair Bolsonaro e pelo advogado-geral da União, André Mendonça.

Em nota, a AGU afirma que Bolsonaro não está questionando decisões anteriores do STF, que reconheceu direito de governadores e prefeitos decretarem medidas sanitárias de restrição ao deslocamento, mas sim que "algumas dessas medidas não se compatibilizam com preceitos constitucionais inafastáveis".

"[A ação] considera que algumas dessas medidas não se compatibilizam com preceitos constitucionais inafastáveis, como a necessidade de supervisão parlamentar, a impossibilidade de supressão de outros direitos fundamentais igualmente protegidos pela Constituição e a demonstração concreta e motivada de que tais medidas atendem ao princípio da proporcionalidade", afirma a nota.

O ministro do STF Luís Roberto BarrosoO ministro do STF Luís Roberto BarrosoFoto: Nelson Jr. - 23.out.2013 / SCO - STF

Ainda segundo a Advocacia-Geral, a intenção da ação é invalidar juridicamente esses decretos, mas, também, que sejam considerados "os devastadores efeitos que medidas extremas e prolongadas trazem para a subsistência das pessoas, para a educação, para as relações familiares e sociais, e para a própria saúde – física e emocional – da população".

A AGU argumenta ainda que as medidas seriam "desproporcionais" uma vez que o Brasil já iniciou "uma consistente campanha de vacinação" contra a Covid-19. Segundo o Painel da Vacina, da Agência CNN, o Brasil é o 64º país com maior imunização proporcional de pessoas contra a doença, com 30,73 doses aplicadas a cada 100 habitantes.

 

Fonte: CNN Brasil