Cotidiano

Amapá possui a maior desigualdade de ensino entre escolas públicas e privadas





 

Dados do Saeb mostram o estado com 55% de diferença entre a qualidade de ensino das escolas.

 

O Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb), de responsabilidade do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), divulgou, nesta semana, os percentuais da educação brasileira. Os dados revelam que o Amapá está entre os estados que tiveram os piores índices de desenvolvimento na educação.

O Saeb é um sistema composto por três avaliações externas, que são aplicadas em larga escala e que têm como principal objetivo diagnosticar a educação básica do Brasil. Ou seja, ele avalia a educação nacional em suas diversas esferas. Os exames são aplicados para alunos de 5° e 9° ano, e 3° série do ensino médio, em escolas públicas, municipais, federais e privadas. As provas são voltadas para as matérias de Português e Matemática, compreendidas como pilares da educação e do ensino. As pontuações, por sua vez, representam níveis que revelam se a aprendizagem dos alunos está em um estágio inadequado, básico ou adequado.

A especificidade que envolve os resultados do Saeb desse ano é que, além de fornecer dados sobre a qualidade da educação brasileira, ele também revelou que há disparidades significativas quando se compara as proficiências das redes pública X privada, rurais X urbanas e, ainda, o perfil socioeconômico dos alunos.

Em relação a cada uma dessas proficiências, o Amapá esta na lista dos estados que apresentou piora nas performances de pelo ou menos uma das avaliações aplicadas, em comparação aos índices anteriores. Além de aparecer em primeiro lugar quando se trata dos maiores índices de desigualdade entre o rendimento de escolas públicas e privadas.

Em relação ao 5° ano do ensino fundamental, o Amapá é o estado brasileiro que mais apresenta desigualdade no ensino entre escolas públicas e privadas, tanto em Português como em Matemática. A diferença é de 55,08 pontos (públicas com 180,95 e particulares com 236,03) em Português. Em matemática, a diferença é de 51,59 pontos (estaduais/municipais com 188,1 pontos, e as pagas apresentaram desempenho médio de 239,69).

Em relação ao 9° ano, a desigualdade na pontuação se repete. Na prova de português: 54,34 pontos de diferença entre os rendimentos das escolas públicas e privadas. Nas escolas municipais e estaduais, média de desempenho de 230,78 pontos; nas pagas, de 285,12.

Em matemática, a diferença gritante aparece novamente: 51,59 pontos (estaduais/municipais com 188,1 pontos, e as pagas apresentaram desempenho médio de 239,69).

A importância desses resultados

O resultado dessas avaliações é usado para calcular o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb), que também considera os dados de fluxo escolar fornecidos pelo Censo Escolar e consiste, portanto, em um indicador da qualidade do ensino oferecido nas escolas de todo o país.

Por meio desse indicador, as escolas e/ou sistemas podem formular (ou reformular) seus projetos políticos pedagógicos, visando à "melhoria da qualidade, equidade e eficiência do ensino", segundo o portal do Inep.

 Redação