Economia

Dólar cai 0,73% e volta a fechar abaixo de R$ 5,30; Bolsa fica estável





Após a alta de 1,17% na véspera, o dólar voltou a cair e fechar o dia abaixo de R$ 5,30. Com a queda de 0,73% registrada hoje, a moeda americana encerra a quinta-feira vendida a R$ 5,277 — o que representa desvalorização de 2,85% frente ao real desde o início do mês.

No ano, porém, o dólar ainda acumula alta de 1,70% ante a moeda brasileira.

Já o Ibovespa terminou o dia praticamente estável, tendo registrado leve alta de 0,05%, aos 122.700,79 pontos. Em maio, o balanço é positivo para o principal indicador da Bolsa de Valores brasileira (B3), que já soma alta de 3,20% desde o dia 3, data do primeiro pregão do mês.

Destaque para as ações da Locamerica (LCAM3) e da Localiza (RENT3), que registraram alta de 5,12% e 4,53% na sessão, respectivamente. As maiores baixas, em contrapartida, ficaram com Suzano (SUZB3) e YDUQS (YDU13): -4,19% e -3,06%.

O valor do dólar divulgado diariamente pela imprensa, inclusive o UOL, refere-se ao dólar comercial. Para quem vai viajar e precisa comprar moeda em corretoras de câmbio, o valor é bem mais alto.

Atenção ao Fed

O mercado ainda repercute a ata da reunião de abril do Fed (Federal Reserve, o Banco Central dos Estados Unidos), que indicou que "algumas" autoridades estão prontas para começar a avaliar mudanças na política monetária com base no rápido e contínuo progresso da recuperação econômica dos EUA.

"Os investidores ainda estão analisando o que o Fed quer dizer, como seria uma retirada de estímulos, então ainda há muita dúvida", disse à Reuters Thomás Gibertoni, analista da Portofino Multi Family Office.

Qualquer fala sobre aumento de juros nos EUA atrai capital para o país, o que acaba prejudicando ativos de risco, principalmente os emergentes [como o real].Thomás Gilbertoni, da Portofino Multi Family Office

Em meio à incerteza, explicou, os mercados internacionais devem trabalhar com maior volatilidade daqui para frente, ao sabor dos comentários das autoridades do Fed sobre as perspectivas da política monetária. "Teremos 'overshooting' num dia, no outro o mercado acomoda um pouco mais. Hoje é dia de acomodação", afirmou, referindo-se à queda do dólar.

CPI e Eletrobras

Paralelamente, no cenário doméstico, investidores seguem atentos aos desdobramentos da CPI da Covid, que hoje ouviu pela segunda vez o ex-ministro da Saúde, Eduardo Pazuello. Também chamava a atenção a notícia de que a Câmara dos Deputados aprovou ontem uma MP (Medida Provisória) para privatização da Eletrobrasencaminhando o texto para votação no Senado.

A votação foi considerada uma vitória do governo federal no processo de desestatização, que poderá levantar bilhões de reais para a União.

"Se as pautas reformistas e de privatização caminharem, o nosso risco-país será percebido de maneira mais positiva e pode atrair capital para nossos mercados", explicou Gibertoni, acrescentando que a perspectiva de aumento de juros no Brasil também colaboraria para a entrada de mais fluxos nos mercados domésticos.

Fonte: UOL com Reuters