Cotidiano

Censo Demográfico 2020: comunidades quilombolas do AP serão incluídas





 

Nesta semana, recenseadores do IBGE iniciaram o processo de coleta de dados nas casas de moradores do Curiaú, comunidade quilombola do Amapá. Os questionários também serão aplicados também na terra indígena Waiãpi, em Carapanatuba, Santo Antônio, Lontra da Pedreira e em áreas urbanas de Macapá. O processo, que foi ampliado, vai até 6 de setembro.

 

O próximo Censo Demográfico realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) está previsto para 2020 e vai incluir, pela primeira vez, um levantamento específico das comunidades quilombolas em todo o país. A medida, considerada um plano piloto, é fruto de parceria entre o Ministério dos Direitos Humanos, as Nações Unidas, a Conaq e órgãos como o Incra e a Fundação Cultural Palmares. Nesta semana, recenseadores do IBGE iniciaram o processo de coleta de dados nas casas de moradores do Curiaú, comunidade quilombola do Amapá. O processo vai até 6 de setembro.

Os questionários também serão aplicados também na terra indígena Waiãpi, na comunidade extrativista Carapanatuba, nas comunidades rurais Santo Antônio e Lontra da Pedreira e em áreas urbanas de Macapá. O teste será mais ampliado e inclui a identificação étnico-racial, modo de produção, contagem demográfica, escolaridade, entre outras informações.

“Estamos destacando a primeira prova piloto para 2020. Terão outros refinamentos, mas ainda é o primeiro teste. Também terão outras provas pilotos, o censo experimental, até fechar o questionário”, explicou o supervisor de disseminação de informações do IBGE, Joel Lima.

Além do Amapá, a aplicação do questionário será feita no Acre, Rondônia, Maranhão, Ceará, Sergipe, Bahia, Minas Gerais, Espírito Santo, São Paulo, Paraná e Santa Catarina. “A iniciativa dá prosseguimento ao compromisso de fornecer informações cada vez melhores sobre povos e comunidades tradicionais, em conformidade com o Decreto nº 8.750 de 2016, que institui o Conselho Nacional dos Povos e Comunidades Tradicionais”, informou o IBGE.

Segundo Raul Tabajara, tecnólogo do IBGE, rerão usados dois tipos de questionários: de amostra e o básico. O segundo consta de cerca de 20 perguntas. Já o primeiro é considerado grande, pois detalha a escolaridade, renda, mortalidade, nupcialidade, fecundidade, trabalho e rendimento, por exemplo

“Vamos observar a reação das pessoas para saber se há necessidade de alteração dos textos. Vamos também medir o tempo que se leva para aplicar a entrevista. Na área indígena, vamos verificar a necessidade de se contratar intérprete. Tudo isso será feito com o uso de um computador de mão”, falou Tabajara.

De acordo com o planejamento, após a aplicação dos questionários em fase de teste em 2018, haverá avaliação e correções em 2019. Espera-se que, em 2020, a pesquisa em comunidades quilombolas passe a ser definitiva no censo, e o primeiro resultado parcial deve ser divulgado no mesmo ano.

Redação