Política

Em live, Bolsonaro não cita 400 mil mortes e diz não estar preocupado com a CPI





No dia em que o país completou 400 mil mortes por Covid-19, presidente diz que continua "trabalhando a todo vapor"

Na live que faz todas as quintas-feiras, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) não falou sobre as mais de 400 mil mortes pela Covid-19, mas falou que o número de mortes era enorme “Lamentamos as mortes. Chegou um número enorme de mortes”, afirmou o chefe do Executivo. Ele lamentou a morte do político Levy Fidelix, fundador do PRTB, durante live e ainda defendeu uma espécie de Opep da soja.

Falou sobre a CPI da Pandemia, voltando a dizer que não está preocupado."A gente continua trabalhando a todo vapor, não tamos preocupados com essa CPI, nós não tamos preocupados. Num primeiro momento, era pra investigar omissões e ações do governo, nem tinha fato definido e acabou aquele ministro do Supremo (Luiz Roberto Barroso) determinando ao Senado que que instaurasse  a CPI", disse.

O presidente também voltou a criticar medidas de isolamento social, como o lockdown. "A gente espera que não haja uma terceira onda, a gente pede a deus, mas a gente pede que não tenha. Se tiver que enfrentar o vírus que nem o prefeito de Araraquara, o petista lá (...) vai elevar a miséria", declarou.

Ele também criticou a imprensa afirmando que o governo federal ignorou o Tribunal de Contas da União (TCU) e não orientou estados e municípios como aplicar as verbas para combater a covid-19.

“Tá de brincadeira! Tinha que orientar que não era para pagar a folha e não era para comprar respirador em Marte e não chegar? É o fim da picada, realmente”, esbravejou.

Durante a apresentação com participação do presidente da Fundação Nacional do Índio (Funai), Marcelo Xavier da Silva, sentado ao lado dele, o presidente atacou os governadores que defendem o lockdown e jogou a culpa nas costas deles do aumento do desemprego no país. Ele afirmou, inclusive, que os governadores fiquem com o dinheiro repassado durante a pandemia e, já que "fizeram caixa", criem, agora, auxílios emergenciais de R$ 1 mil para ajudar os mais vulneráveis também. 

“Ninguém tem dúvida que acabou com o emprego e algum sindicalista defendeu quem perdeu a renda?”, questionou. “Uma população na miséria vai passar a depender mais do Estado e a tendência é dar o voto para quem dá muleta”, acrescentou.  

O presidente citou os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), com a criação de 184 mil vagas formais em março, como um dado positivo da economia e resultado das políticas do governo. “Não queremos atrapalhar quem quer produzir”, disse ele, citando a volta do Benefício Emergencial para a Manutenção do Emprego e da Renda (BEm), relançado nesta semana. Ainda reconheceu que o valor médio do auxílio emergencial, de R$ 250, é baixo, mas é melhor do que os R$ 192 do Bolsa Família. "Tem uma massa muito grande de pessoas sobrevivendo de ajuda e do auxilio emergencial. Quem tá reclamando não tinha o Bolsa Família. Melhorou. Mas é pouco", disse

“A política do 'feche tudo e fique em casa' causou o desemprego no Brasil, principalmente, entre os informais”, afirmou o presidente durante a apresentação a apoiadores. 

Bolsonaro voltou a afirmar que o governo federal não mandou fechar e que apenas recomendou para que as pessoas mais vulneráveis, "com comorbidades e excesso de peso", que tinham que se cuidar mais."Eu falava 'temos que enfrentar o vírus'. Agora, a OMS (Organização Mundial da Saúde) diz que temos que conviver como vírus e que vai levar anos com o vírus, porque ele está mudando. Espero que não haja uma terceira onda", disse. "Se ficar a política do lockdown, vai levar as cidades à miséria", reforçou.  

 

Fonte: CNN Brasil e Correio Braziliense