Política

Amapá não tem mulheres na disputa pelo governo nas últimas 4 eleições





 

Amapá e Amazonas apresentaram, desde 2006, somente candidaturas de homens ao Executivo. Chapas ainda podem mudar, aponta levantamento.

 

A disputa pelo governo nas eleições de 2018 deverá ser apenas entre homens no Amapá. Somente cinco nomes foram confirmados após as convenções partidárias: Antônio Cirilo (PSL), Davi Alcolumbre (DEM), Gianfranco Gusmão (PSTU), João Capiberibe (PSB) e Waldez Góes (PDT). Segundo levantamento do G1 Nacional, desde 2006 que o Amapá não tem mulheres disputando pelo governo.

Para o pleito deste ano, além do Amapá outros sete estados não terão representatividade feminina disputando ao governo, são eles: Alagoas, Amazonas, Ceará, Mato Grosso, Pará, Rio Grande do Sul e Rondônia. Ao todo, 186 nomes foram confirmados até o dia 5 deste mês.

Segundo o levantamento do G1, nenhum partido político desses estados lançou candidata para a chefia do Executivo estadual durante o período de convenções, que é o primeiro passo para a oficialização das candidaturas. No entanto, o cenário ainda pode mudar, pois os partidos ainda precisam registrar as candidaturas até a próxima quarta-feira (15) e têm até o dia 17 para fazer alterações nas chapas.

Apesar do índice, o número de estados sem mulheres candidatas ao governo neste ano é menor se comparado às eleições de 2014, onde 10 estados não tiveram representatividade. Ainda, segundo o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), em 2010 foram 13 estados e em 2006 foram 9.

Segundo o TSE, em todos essas eleições, os estados do Amapá e Amazonas não tiveram nenhuma representatividade feminina ao cargo de Executivo estadual.

A região Norte, assim como nas outras eleições, concentra o maior número de estados sem candidaturas de mulheres ao governo. Dos sete estados sem representatividade feminina, 4 fazem parte da região: Amapá, Amazonas, Pará e Rondônia.

Em 2014 foram, novamente, quatro estados (Acre, Amapá, Amazonas e Pará), em 2010 foram seis estados (Acre, Amazonas, Amapá, Rondônia, Roraima e Tocantins) e em 2006 foram quatro (Acre, Amazonas e Amapá e Tocantins).

O levantamento aponta que, mesmo em estados em que houve candidaturas de mulheres, o número de homens na disputa sempre foi maior. Neste pleito, até o momento, das 186 candidaturas atuais, 160 são masculinas e 26 são femininas.

E a lei de cotas para mulheres?

O Brasil não possui legislação que obrigue os partidos a lançarem mulheres para cargos majoritários, como os de governador. A legislação que estabelece o preenchimento de ao menos 30% das vagas por cada gênero só se aplica a cargos proporcionais - deputados, na eleição de 2018. Por isso, as legendas têm total liberdade para deixar as mulheres de fora das disputas pelo Executivo.

Para Maria do Socorro Sousa Braga, cientista política da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), a inexistência de candidaturas de mulheres ao governo em vários estados do país está ligada a dois fatores inter-relacionados: Os partidos não preparam as mulheres para que elas possam disputar com os homens, em pé de igualdade, a vaga de candidato; O cargo de governador é usado como moeda de troca nas alianças. Por isso, os partidos apostam em nomes mais consolidados – que tendem a ser homens.

Redação*