Cotidiano

Envolvidos em fraude de licitação em Oiapoque são denunciados pelo MP





 

Segundo investigações, envolvidos teriam realizado contratação ilegal para reforma de uma creche no município. Eles estão sendo denunciados por improbidade administrativa.

 

O Ministério Público do Estado Amapá (MP-AP), por meio da 1ª Promotoria de Justiça de Oiapoque, ingressou com Ação de Improbidade Administrativa em desfavor do ex-secretário de educação da cidade, Christiandson Silva; do representante da empresa H. Fonseca de Farias e Cia, Helielton Farias, e do arquiteto Israel Serique, por ilegalidade na contratação do serviço para a reforma da Creche Escola Feliz. A medida judicial foi ajuizada na manhã desta terça-feira (7).

Entenda o caso:

No dia 5 de agosto de 2015, o MP-AP recebeu informações que a contratação da empresa foi efetuada ilegalmente pela administração da cidade. Na época, a 2ª Promotoria de Justiça de Oiapoque instaurou Procedimento Administrativo, que posteriormente foi convertido em Inquérito Civil Público, cuja finalidade foi de apurar a contratação irregular da firma. Após a apuração das informações foram constatadas irregularidades no procedimento licitatório, que causaram prejuízo ao erário.

Segundo a Ação, o ato de improbidade aconteceu com a abertura de processo de licitação no dia 9 de agosto de 2015. O procedimento foi aberto com a recomendação do ex-secretário de Educação ao então prefeito de Oiapoque, Miguel de Almeida.

Com a autorização, Christiandson Silva convocou o arquiteto Israel Serique para fazer o projeto básico do processo licitatório para a reforma da creche, mas o profissional contratado não tem vínculo com a administração pública de Oiapoque, por essa razão não poderia assinar pelo serviço na Escola Criança Feliz. Mesmo assim, a obra foi estimada em R$ 198.957,02 (cento e noventa e oito mil cinquenta e sete reais e dois centavos).

O projeto foi apresentado de forma rápida pelo arquiteto, em 10 de julho de 2015, um dia depois do pedido de criação da proposta e ainda foi autorizado no mesmo período. Esse foi um dos motivos da desconfiança em relação ao processo de licitação.

O laudo pericial analisou a planilha orçamentária da empresa H. Fonseca de Farias, no valor solicitado para realizar a construção. Foi concluído que vários serviços não foram executados, pois a obra finalizou com apenas 56,14% dos reparos feitos.

 

A promotora de Justiça Thaysa Assum ressaltou que, após a análise do valor inicial pedido, foi utilizado apenas R$ 109.715,27 (cento e nove mil setecentos e quinze reais e vinte e sete centavos), ou seja, houve desvio de R$ 85.712,08 (oitenta e cinco mil setecentos e doze reais e oito centavos). A integrante do MP-AP enfatizou que os envolvidos na fraude terão que devolver o valor desviado ao município.

“Como é facilmente observável, a conduta dos requeridos configura manifesta situação de dispensa indevida de licitação, isso porque não houve fundamentação da situação de urgência no procedimento de dispensa da licitação. É função do Ministério Público fiscalizar os órgãos da administração pública para coibir práticas corruptivas”, pontuou a titular da Promotoria de Oiapoque.

 Redação