Saúde

HCAL sofre com paralisação das obras e falta de equipamentos





 

Na UTI faltam itens básicos como dipirona, hidrocortizona, aminofilina, plasil, ranitida, omeprazol, dentre outros. Além disso, dos seus 11 leitos, apenas seis estão funcionando pela ausência de ventiladores pulmonares.

 

O Ministério Público do Amapá (MP-AP), por meio da Promotoria de Defesa da Saúde, realizou uma inspeção no Hospital de Clínicas Alberto Lima (HCAL), nesta semana. Na ocasião, constatou-se a falta de equipamentos e medicamentos básicos, além da paralisação nos serviços das obras de reforma e adequações do local, o que compromete, por exemplo, a ampliação do Centro Cirúrgico.

Fábia Nilci, titular da 2ª Promotoria de Defesa da Saúde, e a assessora técnica, Elizeth Paraguassu, foram aos locais para verificar a qualidade dos serviços prestados à população. A informação sobre a interrupção da reforma foi repassada pela própria Secretaria de Infraestrutura (SEINF), sob alegação de que a direção do hospital não providenciou a liberação de áreas indispensáveis ao andamento da reforma, como a Central de Materiais e Esterilização (CME).

A gestão do HCAL, por sua vez, disse que o problema está na falta da rede de ar comprido, utilizado pelas autoclaves (máquinas de esterilização), e que o serviço foi solicitado, porém sem data prevista para ser realizado.

A equipe do MP fez uma checagem dos serviços e equipamentos. No setor de Imagenologia, apenas o Raio-X está funcionando normalmente. O aparelho de ultrassonografia, porém, está quebrado e o exame é realizado com aparelho portátil, com baixa qualidade de imagem, o que pode comprometer o diagnóstico. Além disso, não está sendo realizada no HCAL a ultrassonografia de tireoide, tampouco a de mama. O tomógrafo, que não funciona há mais de um ano, segue com problemas no equipamento.

“Ingressamos com uma ação, tivemos audiência recente e o Estado continua descumprindo as promessas de que resolveria a questão, mas até agora nada. Com isso, infelizmente, não tem tomografia no hospital”, lamenta a promotora Fábia Nilci.

O Eletroencefalograma está paralisado pela falta de médico para emitir os laudos. O único médico do setor está de férias. Os exames que necessitam de sedação também não podem ser realizados por falta de anestesista. Nos casos de endoscopia e colonoscopia, devido haver apenas um tubo flexível utilizado nos aparelhos, os exames são feitos apenas em pacientes internados da nefrologia ou oncologia.

Falta de equipamentos na Unidade de Tratamento Intensivo (UTI)

O HCAL também está sem hemogasometria. Esse equipamento é utilizado especialmente para os pacientes da UTI e UNACON. Sem ele, as chances de sobrevivência dos enfermos diminuem drasticamente, pois é considerado essencial no atendimento inicial e seguimento dos internados em estado crítico ou pós-operatório.

A equipe plantonista relatou ao MP que continuam faltando itens básicos, como dipirona, hidrocortizona, aminofilina, plasil, ranitida, omeprazol, dentre outros. Segundo a direção do HCAL, a compra de medicamentos no vem sendo realizada via fundo rotativo do hospital, devido à carência constante na Central de Abastecimento Farmacêutico (CAF).

Dois 11 leitos da UTI, apenas seis estão funcionando pela ausência de ventiladores pulmonares. “Fiz curso de medicina. Não faço milagres”, desabafou uma médica. Outra situação foi a paralisação dos exames de Gasometria, realizado em pacientes da UTI. Esses exames são terceirizados, via contrato estabelecido com a empresa PROMED. Segundo a coordenação do Setor de Analises Clinicas do HCAL, isto acontece pela falta de supervisão do contrato, fato que já teria sido relatado ao responsável.

“Ou seja, sem esse equipamento é impossível internar pacientes eletivos, razão pela qual, muitas cirurgias estão sendo canceladas. O Estado deve resolver imediatamente, afinal, dispõe de relação contratual com empresa especializada, que já deveria ter disponibilizado um homograsometro reserva”, finaliza a promotora.

Da Redação